Petrópolis busca título de "Berço Imperial da Cerveja"

Município com 24 marcas e tradição cervejeira desde o século 19 inspira projeto de lei no Congresso

A Bauernfest exibe a força da tradição cervejeira em Petrópolis (Foto: Divulgacão)

Rota turística na serra fluminense, terra da Bauernfest e Capital Estadual da Cerveja, Petrópolis (RJ) busca uma distinção nacional no segmento. Com 24 marcas e uma tradição que remonta o século 19, a cidade fluminense pode ganhar o título de “Berço Imperial da Cerveja”. Para isso tramita um projeto de lei no Congresso – e se prevê que seja votado neste semestre.

Na quinta-feira, 25, o prefeito e secretários municipais visitaram algumas fábricas de cerveja da cidade acompanhados do autor do projeto de lei, o deputado federal Vinicius Farah, que pôde conhecer um pouco mais sobre as produções:

“Petrópolis é uma cidade que nos enche cada vez mais de orgulho. Acabou de ser aprovado na comissão esse projeto de lei que torna Petrópolis o Berço Imperial da Cerveja. É um orgulho muito grande porque Petrópolis é uma das maiores cidades produtoras de cervejas artesanais, sem contar as outras cervejarias. Estou consciente do que esse rótulo vai proporcionar pra Petrópolis, pros produtores, com esse segmento de sucesso no país.”

No total, entre as 24 marcas de cerveja produzidas em Petrópolis, três são grandes fábricas – Cidade Imperial, Bohemia (AmBev) e Grupo Petrópolis, e 21 artesanais, distribuídas entre fábricas (Duranz, Buda Beer, BrewPoint, Odin, Real e Rocky Garden, por exemplo) e ciganas. Em 2018, só as microcervejarias produziram 1 milhão de litros da bebida que é uma das paixões dos brasileiros, com um investimento de R$ 10 milhões no segmento, que emprega mais de 5 mil pessoas direta e indiretamente. Na 30ª Festa do Colono Alemão de 2019, mais de 130 mil litros de cerveja foram consumidos, sendo 30 mil só de cerveja artesanal na barraca que ficou nos jardins do Palácio de Cristal, em 17 dias de evento.

José Renato Romão, presidente da Associação das Microcervejarias de Petrópolis e proprietário da Brewpoint, uma das fábricas visitadas, destaca:

“O setor vem movimentando a economia da cidade. A gente já vem fazendo um trabalho turístico na região. E teve a lei que reformulou todo o processo de implantação de um novo processo cervejeiro na cidade. E também na agilidade do processo interno com a prefeitura. Hoje, em aproximadamente seis meses uma indústria é legalizada em Petrópolis.”

Daniel Noel, sócio da Duranz, outra cervejaria que recebeu a comitiva, completa:

“Em Petrópolis, a gente está conseguindo se posicionar dentro do mercado nacional de uma forma diferenciada. A gente tem de tudo pra poder ser realmente o diferencial na economia da cidade. Petrópolis teve uma lei aprovada, que foi a lei da cerveja, que me possibilitou estar nesse espaço aqui. Com certeza o apoio do governo faz toda a diferença.”

O circuito incluiu a Cervejaria Imperial, que é uma das “plantas” – como as fábricas são chamadas – com alta tecnologia. Por lá, estão empregadas 320 trabalhadores e o lugar continua em expansão, com projeto para implantação de visitas turísticas.

Em dois anos de Capital Estadual da Cerveja, a Lei 7.565, de outubro de 2017, que regulamentou o setor facilitando a instalação das microcervejarias artesanais e brewpubs (bares que produzem as próprias cervejas), foi um dos exemplos de incentivo do município ao setor, trabalhando para fortalecer os cervejeiros. Aprovado por unanimidade em 22 de junho do ano passado pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), desde 14 de julho de 2017 é lei o projeto classificando Petrópolis como Capital Estadual da Cerveja.

A prefeitura destaca que a desburocratização para tirar do papel sonhos de pequenos e médios produtores, o incentivo e fomento dado pelo Município, a garantia de participação nos eventos do calendário turístico e os passeios nas fábricas visando aos visitantes de fora têm feito com o que o setor se firme como uma das principais vocações atuais do município.