O testemunho das independentes sobre a fusão InBev/SABMiller

Ao Senado americano, CEO da Brewers Association ressalta temor de concorrência desleal

Bob Pease considera que o poder das grandes corporações sobre a distribuição aumenta o desequilíbrio no mercado (Foto: Reprodução)

Concorrência, desde que leal. Esta é a posição defendida pela Brewers Association na Comissão do Senado dos EUA que analisa a fusão Anheuser-Busch InBev(no Brasil, Ambev) e SAB Miller. O CEO da entidade, Bob Pease, deu seu testemunho em audiência realizada na terça-feira, 8 de dezembro.

"Eu quero deixar claro que a Brewers Association não se opõe a uma concorrência leal. Nossos membros têm construído a partir do zero milhares de bem-sucedidas pequenas e médias empresas em um ambiente altamente competitivo", ressaltou Pease. "Entendemos também que as leis antitruste são elaboradas para proteger a concorrência, e não para proteger da concorrência as empresas individuais ou segmentos da indústria."

Os temores da BA residem no desequilíbrio entre os canais de distribuição.

"Em 15 estados, grandes fabricantes de cerveja, como a Anheuser-Busch InBev (ABI), estão autorizados a ter atacadistas. Atualmente, a ABI é o maior fornecedor de cerveja e um dos maiores atacadistas de cerveja em nove estados. Se a ABI tem a permissão de manter a posse de atacados, pode continuar a vender sistematicamente participação em sua rede atacadista a outros distribuidores que a ABI controla de forma eficaz. Simultaneamente, a ABI continuará a comprar distribuidores independentes e descontinuar vendas de marcas concorrentes que estes atualmente vendem."

Como consequência, as artesanais seriam forçadas a usar apenas distribuidoras pequenas sem capacidade de servir plenamente um território.

"Alguns Estados têm concedido exceções para permitir a distribuição própria por cervejeiros artesanais, mas é insuficiente para resolver o desequilíbrio que existe atualmente", concluiu Pease.

Com informações do site da Brewers Association

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