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Vinho leva Ronnie Von de volta à TV

'Viver sem televisão, para mim, é não viver', diz o cantor, no ar com o 'Além do Vinho'

Enólogo de formação, o apresentador estuda uvas, terras, lugares históricos e os mais variados rótulos (Foto: Nadja Kouch/Sabor&Arte, Divulgação)

Atualizada, 13/3/2022 15:33

Na última quarta-feira, 9 de março, o Sabor & Arte apresenta o programa Além do Vinho, com Ronnie Von à frente da atração. O programa é descontraído e envereda por diferentes assuntos, sem deixar de ter como protagonista a bebida. Enólogo de formação, o apresentador estuda uvas, terras, lugares históricos e os mais variados rótulos. Já fez masterclass sobre vinho.

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Toda quarta-feira, às 23h, o cantor e compositor promoverá no canal da Newco Pay TV, empresa do Grupo Bandeirantes, encontros à frente das câmeras entre taças. Ao todo, serão 12 episódios, nos quais a conversa tem o vinho como ponto de partida.

Com mais de 50 anos de carreira como cantor, compositor e apresentador, Ronnie Von recebe os convidados de Além do Vinho em sua casa em São Paulo, que conta com uma emblemática adega. Ele dá alguns spoilers do que vem aí na entrevista abaixo:

Como é estrear um programa sobre uma paixão, o vinho, aos 77 anos? Tem um sabor diferente?

Ronnie Von - Tem um sabor e arte. Por que, o que é essa bebida? Ela encerra história, encerra cultura, ela encerra humanidades. Ela encerra o que você puder imaginar, que possa levar a todos nós humanos a um lugar melhor. Eu estou muito feliz porque tudo que será dito neste programa vem ao encontro das coisas que eu acredito e gosto. Viver sem televisão, para mim, é não viver. Então, estou me sentindo bem vivo de novo.

Dono de uma trajetória multimídia, mesmo antes de essa palavra se tornar conhecida, quais talentos você usará mais em seu novo programa?

Ronnie Von - Não sei se tenho talentos múltiplos, mas o que eu mais vou usar é tentar humanizar a televisão. O vinho é apenas um pretexto. Um pretexto para que todos nós tenhamos a visão que estamos juntos, que vivemos em sociedade e podemos ser cada vez melhores. Por isso, o nome do programa é 'Além do Vinho'. O vinho é o Late Motiv. O vinho é a base para que a gente possa tornar, de alguma maneira, o ser humano melhor.

O Além do Vinho tem roteiro ou é uma atração mais solta, espontânea? Você se prepara e estuda temas, como são os bastidores por trás de cada gravação?

Ronnie Von - A espontaneidade na televisão vale a partir do momento em que você tenha um roteiro, e você pode fugir desse roteiro. Em televisão e mesmo em teatro, depois de um roteiro de texto pronto, nós costumamos dizer que temos cacos. O que são os cacos? São as coisas que vêm à nossa mente de forma espontânea e de repente. Você tira proveito daquilo que foi escrito, que foi de certa forma estudado. É claro que eu estudo. É claro que quero saber o que vou dizer e, em cima desta consciência, sem dúvida nenhuma, eu coloco um monte de “caco”, falo um monte de coisa para poder tornar mais palatável, mais agradável, mais feliz.

Você está gravando em sua casa, abrindo um pouco da sua intimidade, de certa forma. É difícil? Como o 'cenário' foi definido?

Ronnie Von - Tudo isso partiu da expertise do pessoal da Newco Pay TV, quando eles vieram aqui em casa para conhecer a adega, eventualmente, para fazer uma ilustração ou complementar alguma coisa extra. Em termos de externa, uma colocação mais ilustrativa do que seria o programa, mas eles se encantaram com um recipiente um pouco maior de vinhos que eu tenho, que é uma adega bastante alentada, e uma sala de degustação que eu tenho ao lado. Gostaram muito e disseram: ‘Ah, a gente podia fazer aqui’. Eu me encantei, até porque não existe nada melhor do que você trabalhar perto da sua casa. Só que eu não vou trabalhar perto da minha casa, vou trabalhar na minha casa. A Band (sede do Grupo Bandeirantes) é muito pertinho daqui. Eu moro no Morumbi (zona sul da capital paulista), mas trabalhando na minha própria casa é melhor. Quando eu fazia o outro programa, a distância da minha casa até a Avenida Paulista, onde era a emissora, era uma coisa de oito, nove quilômetros. Cheguei a fazer em 2 horas e 40 (minutos). Então, você já não tem estresse de trânsito. É muito bom, é muito confortável. Eu estou muito contente com essa história.

A sua adega é bem recheada. Revele quais são os vinhos que você mais gosta de consumir e quais são aqueles que você guarda somente para momentos especiais.

Ronnie Von - Olha, o vinho que eu consumo... E outra coisa, eu não tomo vinho sozinho, eu não consigo. Não tenho essa bobagem de tomar rótulos, até por que em várias degustações às cegas, muito daqueles vinhos que são caríssimos, que são absolutamente fora de propósito, quase uma afronta à pobreza, esses vinhos perdem muitas vezes para outros que não têm essa magnitude de preço. Eu tomo vinho de acordo com a refeição. Muitas vezes numa descontração, você toma um vinho mais delicado, mais suave, um espumante... Enfim, tudo isso vale de acordo com o momento. O momento é que define o vinho que você vai beber. Não que você vai tomar o vinho para fazer o momento. O processo é exatamente ao contrário. E é assim que eu faço, não tem o melhor, o pior... O momento, a atmosfera, vai fazer com que eu tome determinado tipo de vinho. Não tenho preferência por esse ou por aquele. Eu gosto do bom vinho.

Qual é a sua expectativa para esta primeira temporada? Com tantos sucessos na carreira, ainda fica ansioso diante de um projeto novo?

Ronnie Von - Se eu não ficasse ansioso, eu deveria procurar outra atividade profissional. É claro que eu fico ansioso. Até por que, eu tenho transtorno de ansiedade. Que isso me foi adquirido, claro, pela força da minha atividade, da minha profissão, do meu ofício. Claro que eu fico, claro que eu tenho frio na barriga. Claro que eu espero o melhor. Nunca nós começamos um projeto, um programa de televisão ou mesmo uma composição ou uma música depois de gravada imaginando que ela não será sucesso. Nós jogamos todas as nossas fichas emocionais esperando que de fato seja um sucesso. E assim me sinto. Esperando que esse programa seja um grande sucesso, e eu possa contribuir para que o meu semelhante possa ter uma vida melhor.