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Governador do RS mantém cerveja fora dos estádios

Eduardo Leite decide vetar projeto de lei que havia sido aprovado pela Assembleia

Governador Eduardo Leite (D) ouviu argumentos dos representantes do Ministério Público (Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini)

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Após se reunir, na tarde desta quarta-feira (16), com representantes do Ministério Público (MP-RS) e com a cúpula da Segurança Pública do Estado, o governador Eduardo Leite anunciou que vai vetar o projeto de lei (PL 192/2018) que permite o consumo e a venda de bebidas alcoólicas dentro dos estádios do Rio Grande do Sul, proibidos desde 2008 (Lei 12.916).

"Os argumentos trazidos hoje, além de outros que já haviam chegado, me ajudaram a tomar a decisão, que tem como base a questão da segurança e implica diretamente na crise fiscal do Estado. Uma eventual liberação de bebidas demandaria um aumento de efetivo nos jogos, algo que o governo não tem condições de arcar neste momento", afirmou o governador.

Ainda conforme Leite, as secretarias de Segurança Pública (SSP) e da Saúde (SES) emitiram comunicados com dados objetivos que sustentam a argumentação contra o projeto. Segundo a pasta da Saúde, estudos comprovam que a ingestão de bebidas alcoólicas potencializa o comportamento agressivo das pessoas e pode resultar em atos de violência. O comandante-geral da Brigada Militar, coronel Mário Ikeda, ressaltou que, "desde a proibição da venda de bebidas nos estádios, houve significativa redução nas ocorrências durante os jogos".

Por fim, outro argumento trazido pelo MP, e que ajudou a embasar o veto do governador, trata da inconstitucionalidade do projeto de lei, já que existe uma lei federal que proíbe o consumo e a venda nas praças esportivas do Brasil. Trata-se do Estatuto do Torcedor, de 2003, que impede os frequentadores dos estádios de "portar objetos, bebidas ou substâncias proibidas ou suscetíveis de gerar ou possibilitar a prática de atos de violência".

Uma visão diferente

O Projeto de Lei 192/2018, de autoria dos deputados do PDT Gilmar Sossella e Ciro Simoni, que permite a venda de bebida alcoólica nos estádios do Rio Grande do Sul, havia sido aprovado em 18 de dezembro, por 25 a 13. Na ocasião, Sossella explicou:

“O retorno da comercialização de bebidas alcoólicas é uma forma de contribuir para a arrecadação de renda dos clubes, principalmente para as equipes do interior do Estado. Hoje essa venda ocorre até a porta do estádio e coloca em xeque a “lei seca” imposta dentro dos mesmos.”

A legislação que proíbe a venda nos estádios gaúchos está em vigor desde 2008.

"Aderindo a sugestão do próprio Sindiclubes, a nossa proposição aprovada pelos colegas deputados prevê a comercialização em um período específico dos jogos, ou seja, até o intervalo e após o final das partidas. Essa prática já é feita na Alemanha e Estados Unidos, por exemplo, onde o público bebe em um intervalo limitado", acrescentou Sossella.

O deputado também destacou que foram tomadas medidas para coibir excessos, com inclusão de penalidades para os consumidores e fornecedores que não respeitarem as regras:

“Os bons torcedores não podem ser punidos pelo mau comportamento de uma minoria. Reforçar a vigilância, seja física ou eletrônica, é sim a maneira correta de garantir a segurança.”

O projeto de lei também citou que a própria Fifa não se opõe à venda de álcool em partidas de futebol, visto que durante a Copa do Mundo são comercializadas bebidas alcoólicas nos estádios de futebol, inclusive no Brasil.

Com informações da Secom/RS e da Assembleia Legislativa